Nos
últimos anos o Brasil passou por um crescimento econômico sempre respaldado
pelo seu mercado interno, que vem crescendo a cada ano. Nos últimos 10 anos a
classe média brasileira ganhou mais de 30 milhões de consumidores que viram,
neste mesmo período, sua renda crescer acima da inflação, aumentando assim cada
vez mais seu poder de consumo. Atualmente o Brasil conta com mais de 100
milhões de pessoas na chamada classe C, com possibilidade de consumir bens que
antes não havia e também com acesso a crédito que também possibilitou este
crescimento do poder de consumo.
Principalmente nos últimos 8 anos a
classe média brasileira consumiu de uma maneira que impulsionou a economia para
frente. Todos os brasileiros, que viram sua renda aumentar acima da inflação,
aumentando seu poder de consumo, e que tiveram acesso facilitado ao crédito,
foram se certa maneira responsável pelo crescimento da economia. É claro que
tudo isso foi respaldado por uma política macroeconômica, do governo
brasileiro, no mínimo correta. Porém visando justamente este mercado o Brasil
criou programas sociais de “distribuição de renda” e incentivou alguns setores
estratégicos para o país, e que possuem uma grande cadeia produtiva,
desonerando com isenções de impostos e tributos, o que facilita ainda mais a
sustentação dos níveis de consumo.
Em um país que continua tendo uma das
maiores taxas de juros do mundo e continua com baixíssimo investimento em
educação, muitas vezes não basta ter renda crescente e acesso cada vez mais
facilitado ao crédito, pois caso o consumo seja feito de maneira exagerada para
os padrões de renda de uma família e o crédito tomado à taxas altas, pagar
estas dívidas contraídas pode não ser tão simples assim. O fato é que o Brasil
ainda tem um nível de endividamento relativamente baixo em relação a outros
países como EUA, china, entre outros, porém se a inadimplência continuar
crescendo e o brasileiro não se orientar para o uso correto do dinheiro, este
modelo de crescimento do país estará ameaçado, e a classe média (classe C) que
tanto cresceu nos últimos anos, pode não ser mais, no futuro, a grande
responsável pelo consumo e intenção de compra no mercado brasileiro.
Fábio Machado - Economista
Instituto de Solução Financeira - ISF
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